quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Grafitti fazem parte do plano de recuperação do Salão Nobre do Conservatório Nacional

A Escola de Música do Conservatório Nacional, aproveitando o período de férias escolares, vai finalmente iniciar as obras de recuperação do seu incrivelmente degradado Salão Nobre. O plano de acção definido pelos responsáveis do projecto está, no entanto, a causar o espanto no meio escolar. Ao que o Bocas de Fígaro conseguiu apurar, o facto de se ter esperado demasiado tempo para o restauro danificou irreparavelmente os frescos de Malhoa, pelo que a equipa de manutenção recorreu a uma técnica arrojada. Utilizando tecnologia de ponta e conhecimento altamente científico adquirido na série "Morangos com Açúcar", todo o tecto do Salão foi ornado com os mais belos e requintados grafitti verdes e amarelos, não deixando assim notar as rachas nas paredes e a podridão dos seus materiais constituintes. Em entrevista rápida, o arquitecto não conseguia esconder a sua tremenda satisfação com o sucesso. «É incrível! Finalmente o Salão arranjado! E os grafitti dão-lhe um ar mais jovem... Por exemplo, já trouxemos aqui alguns alunos e o resultado foi automático, todos disseram que agora ia ser "mais baril" tocar nas audições!», informa.

Além desta cobertura, todas as cadeiras vão ser ainda trocadas por bancos corridos. No fundo do Salão vai ser criado um bar para efectuar o seviço de restauração durante os concertos e todo o chão vai ser forrado a azulejo de cozinha. Há ainda a intenção de diminuir o palco para metade, ou, nas palavras do empreiteiro, «a intenção de potenciar ainda mais toda área que este maravilhoso espaço nos dá. No fundo, como todos sabemos, os concertos não lhe acrescentam nada de novo... Eu até queria criar uma pista de gelo, mas os chefes não acharam muito bem... Ainda somos um país muito retrógrado nalguns sentidos».

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