sexta-feira, 30 de julho de 2010

Mestre Organeiro prevê avaria dos órgãos de Mafra

Revendo-se nas informações contidas no último despacho do Ministério Público sobre o caso Freeport, onde os procuradores alegam não ter tido suficiente tempo, ao longo dos 6 anos de processo, para entrevistar José Sócrates como quereriam, o mestre organeiro Dinarte Machado, responsável pelo restauro dos 6 órgãos da Basílica de Mafra, dirigiu-se ontem à varanda principal do Convento para anunciar a tragédia. Ao que o Bocas de Fígaro conseguiu apurar, os mais de 200 anos que passaram desde a última actuação conjunta dos órgãos (em que os últimos 11 foram finalmente dedicados ao restauro conjunto dos seis instrumentos) não foram suficientes para resolver alguns problemas técnicos fulcrais à sua utilização. Assim sendo, segundo o mestre, «pois se até aqui foram dois séculos para resolver as infiltrações de água nas capelas, prevejo que só lá para 2312 os órgãos possam voltar a tocar outra vez juntos». E justifica, dizendo que «com o aquecimento global e a crise, ainda por cima, o nível das águas sobe e não dinheiro para combater isso!».

Perante o tenebroso anúncio, a população, que acorrera em massa, começa a discutir culpados. Fontes que não desejam ser identificadas, com medo de represálias, afirmam ter visto dois trolhas ucranianos a fazer esgrima com alguns dos tubos mais finos, na altura do seu transporte para o interior da Basílica. Outros referem o facto de terem visto alguns organistas da cidade a encomendar tubos de canalização numa loja de chineses na Malveira. No entanto, Dinarte Machado desvaloriza comentários dos populares. «As pessoas têm de compreender quando não estão habilitadas a falar de certos assuntos técnicos». No entanto, refere que «é possível que os problemas que encontrámos depois do concerto inaugural de Maio sejam devidos a rasgões do tecido utilizado nos foles». A investigação do Bocas de Fígaro levou a indícios de que esse tecido (com depósitos de sal) teria sido conseguido, ainda em meados do século XIX, através do desmantelamento das naus portuguesas que terão participado, entre outras, na viagem de Pedro Álvares Cabral ao Brasil.

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